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sábado, 13 de novembro de 2010


"Escola é o lugar onde se faz amigos. Não se trata só de prédios, salas, quadros, programas, horários, conceitos... Escola é, sobretudo, gente, gente que trabalha, que estuda, que se alegra, se conhece, se estima.(...) Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar, é também criar laços de amizade(...)" Rubem Alves

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Vamos brincar der sermos nós mesmos?

Eu estava aqui a matutar...
Será que estou fazendo a coisa certa? Isso vai ter resultado? Pra mim não, para os meus alunos..?
Mas, ai veio a tal descarga de consciência e eu vejo que ela tá limpa!Um certo professor disse na aula de Currículo que devemos focar na aprendizagem,sem se preocupar em apenas ENSINAR tudo a todos, porque o tudo é restringido e todos é mais ainda...
Aprendizagem, esta palavra sempre me deixou em transe, pensando do que isso realmente é, e como este processo de construção se dá. Mas, agora que eu me sinto parte de uma construção que está me deixando tão contente. A cada instante a troca de saberes acontece de uma maneira diferente, com significado. Ver isso em  atos diários daqueles agentes do futuro me faz sentir que minha utopia inicial está se tornando parte de uma realidade,onde ações são frutos de reflexões que partem de um conjunto de significados para meus alunos.

Escrevendo isso, me lembrei de uma fala do grande Rubem Alves, que fala que o ato de educar é análogo ao ato de fazer amor. De fato, este é um ato de amar, criar, construir uma relação de troca. Então, penso eu que o ato de amar é algo conquistado com base no que é agradável para ambos envolvidos na relação, como aconteceu nesta quarta-feira, quando fizemos massinha de modelar no atendimento muldisciplinar.
Ouvi de alguns colegas que talvez esta não seja uma atividade que ensine algo significativo para eles, afinal que habilidades que eles vão desenvolver com isso? Vai cair na prova ? Eles vão passar de ano com esta atividade?
Geeeeeente, eles estavam criando, estavam sendo livres para fazer o que dava na telha!
Quem dera eu ter tido a mesma atividade quando era pequena! Eles se sujaram, brincaram, riram, AMARAM!

Assim,posso concluir que além de ser análogo ao ato de amar, o ato de ensinar é análogo ao ato de libertar... para sermos quem  queremos ser!
Naquele dia voltei a ser criança, sujei minhas mão, minha roupa ficou cheia de farinha e tinta, mas sabe...
VALEU A PENA...
Não preciso  dizer a ninguém  até onde se pode chegar, mas basta abrir os olhos para o  horizonte para enxergarmos que nossa capacidade é infinita.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Boniteza de um sonho, NOSSO sonho.

Há muito tempo eu venho tendo a necessidade de desabafar perante à prática que venho exercido, prática extasiante. Mas sabe quando lhe faltam palavras para tanto? Tanto contentamento, tanta vontade, tanta fome de crescimento...alheio.
Nos últimos meses eu tenho crescido de maneira mosntruosa, cada dia eu aprendo uma coisa diferente, e para minha surpresa, meus professores são meus próprios alunos. A tal troca está ocorrendo.
Aprendi técnicas de pesca, aprendi questões sobre mecânica, aprendi sobre a nova cultura de emo colors.... mas , o mais importante, aprendi a deixar-me aprender. Eu estou ali pra ensinar aparentemente, mas eles me ensinam muito mais.
Venho me questionando constantemente nesse último mês se todoo trabalho que está sendo exercido no atendimento multidisciplinar está dando certo. Se eles estão constrruindo. Se estão realmente sendo agentes da sua aprendizagem. Ai, durante um relato de uma aluna, eu tive uma resposta: " com vocês eu aprendo, vocês me ajudam". sabe, aquilo me deixou com um sorriso de orelha a orelha. e outro dia, um aluno nos perguntou porque não dávamos aula de manhã também e todaa turma disse: "É profeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!", fiquei pasma. O nosso elo é forte, e mais do que isso, é sincero.
Somos cúmplices de uma construção conjunta e participativa, semeamos algo que está realmente dando frutos.

A beleza está no coração de quem sente.
E para finalizar, citarei algo que li e me motivou a descobrir diariamente a beleza de ensinar e aprender:
Ensinar e aprender têm que ver com o esforço metodicamente crítico do professor de desvelar a compreensão de algo e com o empenho igualmente crítico do aluno de ir entrando como sujeito em aprendizagem, no processo de desvelamento que o professor ou a professora deve deflagrar. Isso não tem nada que ver com a transferência de conteúdo e fala da dificuldade, mas , ao mesmo tempo, da boniteza da docência e da discência.[Freire, 1996, p.143]

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Sem inspiração...

Confesso....
De alguns dias pra cá não tenho me sentido muito "inspirada" para a escrita dos meus relatos. Não que eu não tenha o que relatar, pelo contrário...
Mas deixo claro que este blog surgi de anseios que sinto na minha prática.
Prometo, mais tarde eu volto aqui e posto tudo aquilo que está me angustiando nestas semanas...

=)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Mas com palavras não sei dizer...como é grande a saudade de vocês...





Meus alunos do Estágio do Curso Normal em 2008.
Terça-feira estava andando em frente à escola que estagiei e tive uma linda surpresa: Vi dois destes alunos, e não os via há dois anos. Sabe quando o teu coração dispara ? Pois é, o meu disparou. Um deles eu chamava de meu bombonzinho e outro era o Jéferson...queridos. Foi uma daquelas cenas que a gente vive e passa a relembrar um passado não muito distante, e dá vontade de viver tudo de novo. Tão bom...
O mais importante disso foi que eles lembraram de mim, "ahhh, é a profe do pré!".
Que vontade de voltar a dar aquelas aulas, fazer nossas sessões de culinária, nossos teatros com fantoches feitos por eles, nossos passeios...
Cenas lindas, pena que a vida não tem replay. O que me deixa feliz é que eu sei que estou tendo a chance de viver tudo isso de novo, mas com novos protagonistas...

terça-feira, 15 de junho de 2010

Ouçam. (...) a página AINDA está em branco...

Contentamento orgulhosamente sentido....

Eu preciso desabafar.
Faz dias que eu to adiando a vontade louca que eu estou para escrever o que tanto me emociona, me angustia, me preocupa...
Tudo começou na quarta-feira passada, quando tive o primeiro contato com os pais dos meus alunos, e me senti a pessoa mais capaz do mundo. Vi em minhas mãos tanta história boa pra ser contada, umas nem tanto, umas que talvez nem valesse a pena reproduzir. Naqueles olhos curiosos eu encontrei a vontade de fazer acontecer. Explicamos como se daria o atendimento multidisciplinar para as crianças, nos apresentamos e propomos uma união.
A tal formação de um time que eu tenho tanto pensado em minha prática...
Confesso que eu estava tremendo e só conseguia falar o quanto estou empolgada com esse novo desafio.
No meio disso tudo, uma mãe falou: "Faz muito tempo que eu estou esperando essa ajuda, o meu filho precisa de vocês!" Aquilo me emocionou, pois aquela mãe estava com os olhos cheios de lágrimas e realmente estava apostando as suas fichas em nosso trabalho. Estou certa que criar expectativas talvez não seja o melhor a se fazer, mas não há como negar que eu quero dar o meu melhor. Eu vou fazer o máximo para que toda a confiança que depositarem em mim seja recompensada com um sorriso singelo, um simples "aprendi", um simples "obrigada". Isto vai ser recíproco,pois eu sei que vou aprender junto com eles, afinal somos eternos aprendizes com sede de conhecimento.
Eu pelo menos sei que sou assim, e gosto de ser .

Depois que sai daquela reunião, mas consegui conter minha ansiedade para começar a dar aula, e eis que nesta segunda-feira eu começei esse trabalho êxtasiante.
Eu estava completamente nervosa, com mil ideias na cabeça.
Mas com o tempo eu fui me sentindo mais segura, mais confiante e mais certa do que eu quero fazer.
Realizamos uma atividade relacionada com a Copa do Mundo,onde todo o grupo formaria uma time repleto de união e companheirismo, para ajudarmos uns aos outros com as nossas dificuldades. Foi lindo ver que muitos deles se mostraram disponíveis a estender a mão para o outro, a aprender junto...
Vi um aluno de 3° ano ajudando uma aluna do 1° ano a juntar o B e o A para formar o BA, cena simples, mas muito significativa. Mas tem uma coisa que me deixou extremamente marcada: Quando fizemos a "ficha técnica" de cada jogador, onde eles entrevistariam uns aos outros para levantar características de cada "jogador' do nosso time, um aluno escreveu uma coisa que eu não consigo tirar da minha cabeça.
Entre as perguntas que eles fizeram uns aos outros tinha a seguinte questão: "Se você encontrasse o gênio da lâmpada, quais seus três pedidos?". Um aluno respondeu que um dos seus pedidos era "dar orgulho aos meus pais". Nossa, pode parecer meio exagerado, mas aquilo me tocou de uma maneira muito forte. O meu maior desejo desde pequena sempre foi dar orgulho para os meus pais, aquela resposta refletiu na minha história. Eu também tinha dificuldades de aprendizagem, mas eu tive uma professora que segurava na minha mão e me ajudava em tudo, graças a ela foi despertada essa sede de aprender que eu tenho. Depois disso, eu quis aprender mais e mais.
Junto com isso, eu via que aquilo deixava meus pais orgulhosos e não parei mais. Foi quando passei no vestibular, e vi o sorriso da minha mãe e o rosto contente do meu pai ao ver sua caçula conquistar o que sempre quis, acho que isso é orgulho. Sabe, talvez eu possa ajudar esse aluno a alcançar o seu desejo. Eu consegui e o gênio da lâmpada foi a minha professora Cássia, eterna...
Porque não tentar ser um gênio da lâmpada também ?
Soa meio utópico, mas como eu já disse, eu sou extremamente sonhadora. Já sei, sem expectativas Nathana!
Mas eu não me controlo. Eu quero, eu posso , eu consigo!
E esses pequenos anjos, também...

quarta-feira, 9 de junho de 2010

(...)

Se educar é uma arte de semear, como diria Rubem Alves, eu tô indo pra minha plantação!

Mesmo que demore, muitos frutos eu vou colher...

terça-feira, 8 de junho de 2010

Nos seus respectivos olhares eu encontrei a minha luz.

Primeira troca de olhares, um princípio de inspiração!

Hoje de manhã me ocorreu uma situação que eu não imaginava que pudesse ser tão significativa. Fui nas salas de aula de meus futuros alunos a fim de convocar os pais para uma pequena reunião informando à respeito do atendimento especializado da Escola Altina Teixeira. Um simples gesto de entrega de bilhetes, um simples contato? Não.
Eu, do alto do meu momento de banalidade, me vi emocionada com aquela singela cena. Estantâneo encantamento....
Eu vi naquelas crianças a chance de tornar um antigo sonho real. E agora, vou compartilhá-lo com quem está lendo este relato.
Eu estava vendo meus cadernos do tempo do Magistério, e decidi rever o conteúdo de didática, com o objetivo de encontrar algo que me ajudasse em uma disciplina que tenho na faculdade, quando me deparei com uma pergunta feita a mim e aos meus colegas: "O que você quer fazer daqui a 3 anos?" Minha resposta foi a seguinte : "Estar cursando faculdade da UFSM e ser alguém na vida". Resposta curta, sem argumentos, sem grandes explicações. Ai me deparei com outra pergunta: "Porque você quer ser professor?" Respondi: "Quero ajudar no desenvolvimento educacional do país!". Uma resposta sem pensar, confesso. Eu tinha apenas 14 anos, estava ali naquele curso porque minha mãe não me deu outra opção, apenas para seguir a carreira que a maioria das mulheres da minha família segue. Mas em três anos e meio eu aprendi a querer fazer a minha resposta verdade, REALIDADE. Quando eu vi aqueles pequenos rostos com sede de conhecimento, de carinho, de troca.... eu não pude me negar a participar desta fantástica construção. Durante o meio ano que fiz o meu estágio do curso Normal na Educação Infantil e nos dois anos que trabalhei como professora de Educação Infantil,aqueles pequenos sábios passaram a ser parte integrante do meu eu, eu sei o nme de cada um, o jeitinho de cada um, eu sei o que cada um ME ajudou acrescer. Meus alunos, eternos...

Então, voltando ao objetivo inicial deste relato, eu quero relatar meu estalo repentinamente motivante. Hoje, ao ver aquele meus futuros construtores, eu me emocionei. Repassou na minha cabeça o filme dos meus antigos alunos e tudo o que a gente aprendeu junto . Me dei conta que a partir de agora to começando uma nova história, e to em êxtase. Na minha mente estão surgindo tantas ideias, tantas aspirações, tanta coisa que não cabe mais em mim.
Agora me resta por em prática minha utopia estonteante, fazer das minhas antigas respostas o mais próximo da minha realidade, da realidade do nosso futuro: As crianças!